sexta-feira, 11 de maio de 2012

Apagando.

Ontem, eu estava limpando meu quarto, depois de muitas ameaças da minha mãe.
Quando cheguei na escrivaninha, praguejei alto, afinal, ela estava cheia daquele pó que a borracha solta quando a usamos.

Enquanto eu limpava aquelas toneladas de pó de borracha, me coloquei a pensar.
Desde fevereiro, gastei duas borrachas inteiras, até o fim. Foram três meses e meio, e duas borrachas.

Quantos foram os erros que eu cometi, e precisei apagar? Quantos foram os rascunhos que eu fiz, refiz, passei a limpo, corrigi, e apaguei? Quantos pensamentos, medos, frustrações, e fatos eu deletei? Quantas verdades e mentiras eu eliminei?

Quem disse que a vida é um texto aonde não se usa borracha, está completamente errado.
Você não pode apagar o que escreveu à caneta, isso é fato. Mas você pode rascunhar. E com o passar do tempo, você pode passar tudo a limpo.

Precisamos errar. Precisamos ter dúvidas. Precisamos dessa oportunidade de reescrever nossos parágrafos. Precisamos esquecer nossas falhas de coerência e coesão, precisamos corrigir erros de ortografia.

Nós podemos fazer isso. E a menos seu professor seja muito idiota, ele compreenderá - porque afinal, ele também foi aluno.



Nenhum comentário:

Postar um comentário