quinta-feira, 21 de agosto de 2014

'Cause harmless medications abound, and you're not sick...

Existe algo de intrigante na minha vida, algo peculiar.
É comum ver pessoas que caem facilmente na zona de conforto, que se entregam a uma rotina calma e previsível. Também é frequente encontrar aqueles que são desafiados, mas permanecem tranquilos em seu caminho. Uma reta com curvas suaves.

Mas não comigo.
A minha vida... Ah, ela é uma montanha russa. E, (in)convenientemente, me fizeram entrar vendada no carrinho. "Hoje aqui, amanhã não se sabe..."
Exatamente.

Creio que o Universo (ou Deus, se assim preferir) provenha isso propositalmente, para desafiar aqueles que precisam manter o controle de tudo. Ele faz com que nos apaixonemos pelo caos, nos faz admirar o desconhecido. Bloqueia a via principal, remove todos os acessos, e nos obriga a traçar um caminho próprio. Sem mapas, sem guias, sem socorro. Só você, seus instintos, e sua consciência.
Não há como prever, como controlar. E eu, com a minha insegurança (que eu imaginei já ter abandonado), busco inutilmente tentar compreender o que não há lógica. E permaneço me machucando na tentativa.

Será que algum dia eu vou aprender?

terça-feira, 19 de agosto de 2014

‘Cause you and I, we were born to die.

E, mais uma vez, a vida mostra que pode ser cruel quando quer.
Dentre as coisas mais desagradáveis que existem, está o arrependimento. Por ter feito algo errado, ou por não ter feito nada. Mas, ao menos para mim, nada é mais frustrante que não ter a chance de tentar.

É como ver uma imagem vívida dissipando-se na neblina, e indo embora com o vento. Uma promessa não cumprida. Desejar, conseguir, e ter aquilo roubado de si antes mesmo que chegue às suas mãos. Um "aborto espontâneo".

Isso tem me acontecido com certa frequência, infelizmente.
Dois grandes sonhos, nutridos desde a infância, alimentados com carinho e esperança. Esperança em dias mais coloridos, mais brilhantes. Meus dias, por um longo tempo, se basearam em esforço e preces, buscando, tentando, falhando, esperando, torcendo. E, assim de repente, a oportunidade surge, e é a minha hora de fazer por onde...


E fim. A chance é tomada de mim antes que eu possa fazer algo - exatamente no momento que eu a percebo. Ou até antes. E eu me sinto perdida, sem chão.
A vida ata meus braços, mas se esquece que minha mente ainda corre, ainda anseia. E com uma forma artística de torturar, presencia meu silêncio consternado enquanto assisto tudo passando, sem poder fazer nada. E se ri de mim, do meu desespero.


Você era um dos meus sonhos. Não o mais desejado, é verdade... Mas não menos importante.
Eu já sabia que você era uma porta fechada, mas estaria disposta a escalar até a janela.
Então, com a mesma intensidade que você apareceu, você se foi.
E eu fiquei aqui, encarando o ônibus vazio que eu perdi, perplexa; obrigada a esperar pelo próximo, e assim, poder ir para casa.