terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Transcrever.

"Depois dos turbulentos dias de trocentas imagens idiotas do "Enquanto isso em Goiás", BBB, a $%@#*! ...anadá, a febre dos signos ¬¬; nosso querido facebook retorna aos dias pacatos "forever alone in the dark, side of the moon" - isso mesmo, beeem exageraaado, com seus milhares de textos do CFA, Clarice Lispector, Shakespeare - muito bons por sinal, tão bons que não merecem fragmentos de seus trabalhos jogados aleatoriamente como indiretas. Liberdade de expressão?? Claro, mas é preciso fazer bom proveito.
Só penso que, ao querer chamar a atenção de alguém, nada melhor que falar diretamente para a pessoa. A menos quando se quer passar de vítima afim de atrair outros interessados (o que considero boa estratégia, porém não é a melhor). É natural expressar o que se sente, natural e necessário. Não estou fazendo apologia a frieza, ou a falta de sensibilidade. Até acho importante uma boa dose de romantismo nessa era onde sentimentos são tão superficiais. Ser honesto com o que se sente hoje em dia é como estar numa cesta de maçãs podres, e mesmo assim estar imune a podridão. Que profundo isso... Rsrs... Voltando ao assunto central, só quero dizer que não adianta ficar ai chorando pitangas, sempre existe um(a) cafa tomando conta do caso. Valorizem-se! ps.: Isso não é indireta pra ninguém, apenas um desabafo!"

Ah, como é bom ver, através de palavras alheias, seus próprios sentimentos.
(Texto gentilmente cedido por Fernanda Prestes dos Santos, em 24 de janeiro de 2012. )

No more dreaming like a girl, so in love with the wrong world.

Sem dúvida alguma, a vida não é fácil, para ninguém.
Passamos por diversas fases - umas melhores que as outras; mas na maior parte do tempo, travamos uma dura batalha contra diferentes inimigos (que podem ser o tempo chuvoso, um professor que não vai com a tua cara, seu sistema imunológico, ou até mesmo seu ID).

Seja como for, nem mesmo o mais racional dos indivíduos consegue sobreviver ao mundo real. Não sem sonhar um pouco. Na busca pela felicidade (que renderá um post em breve), nossa mente cria situações, possibilidades, esperanças e ilusões, para evitar que percamos a sanidade. Mas este é um artifício traiçoeiro.

Ao me matricular para o 8º período, encontrei com os pais de uma colega de sala. Falamos um pouco sobre muita coisa, e por incrível que pareça, foram pais alheios que me deram um dos melhores conselhos que eu já ouvi.
Conversando sobre o futuro, eles me questionaram que área pretendia seguir. Então, compartilhei com eles alguns dos meus planos. O Pai, surpreso com o que eu disse, questionou: "Mas só isso? Alguém como você não pode sonhar com tão pouco."
Eu, então, respondi: "Bem, existe uma certa diferença entre 'sonho' e 'ilusão'."
A Mãe, por sua vez, disse: "Paola, sonhos podem virar realidade. Ilusões podem virar sonhos - e também podem se tornar reais. Se você se deu ao trabalho de sonhar, sonhe alto. E corra atrás."


Neste dia, meu querido leitor, aprendi que nós precisamos nos iludir. Não só para manter o equilíbrio do Superego, mas também para conhecermos a nós mesmos, e encontrar algo que estava perdido dentro da nossa propria mente.

Você já se desiludiu? Se você tem mais de 6 meses de idade, com certeza.
Dói. É frustrante, desperta os piores sentimentos que você pode experimentar. Raiva, impotência, desamparo, desespero, desconfiança, medo, desânimo. Parece que a vida traiu você.
Mas depois de um tempo, você se sente bem, como se nada pudesse te afetar. É como sair de um feitiço. Seus olhos se abrem, você retoma sua sensibilidade normal. Sua mente volta a pensar direito, seu corpo corresponde às ordens do cérebro, sua respiração deixa de ser pesada.É algo como acordar de um sonho - seja ele bom ou ruim.

Esse "acordar de um encanto" figura entre uma das melhores sensações que a vida, essa dama traiçoeira, me proporcionou até hoje.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Again, and again, and again.

Rotina.
Algo que te sufoca, te exige. Algo que determina boa parte das suas ações, das suas opiniões, da sua personalidade. O impressionante, é que sem ela, você se vê em uma situação aberta, perdida. 
Liberdade em demasia sempre se mostra, na verdade, como amarras da alma.

Durante o tempo "livre", minhas ações parecem vazias, infundadas, sem porque. Meus planos parecem impossíveis; minhas habilidades inúteis, meus sonhos, distantes. Eu não vivo, apenas existo.

E é assim que se fecha mais um dos meus ciclos. Quando eu finalmente encontro a direção correta, quando a luz do amanhecer se espalha no céu, a neblina fica cada vez mais densa, me impedindo de ver o que está adiante - e até mesmo o que já se passou. 

Mas depois de caminhar perdida por algum tempo, o sol se levanta em direção ao oeste, e a neblina desaparece. O mundo parece mais vivo, brilhando na claridade do dia. Tudo é possível e absolutamente belo, de uma maneira indescritível. Minha vida é mais agitada, e faz sentido. Todas as minhas ações e conclusões resplandecem como um lago reluzindo o céu.

E cai a tarde. As nuvens tomam conta do azul, dando sobriedade aos meus dias. Talvez o tempo se torne nublado, talvez não... Mas sempre, durante as tardes, sigo o hábito de pensar no amanhã. Eu imagino o que será do meu dia, depois que a lua se for, oprimida pela imponência do astro-rei. Mas também imagino como serão os próximos minutos, assim como imagino os próximos anos.

Então, o sol começa a se por, revelando a mais bela hora do dia. É no poente em que eu percebo como foi produtivo o dia, como eu cresci, o quanto eu aprendi. Olhando aquela pintura cheia de diferentes tons e cores, é mais fácil sorrir. Pois no final das contas, eu sobrevivi mais uma vez, pude ver novamente o céu se escurecer - mesmo que o dia não tenha acabado ainda.
Nessa hora do dia, eu me sinto realizada. É como eu sempre dizia a um amigo: "meu dia foi cansativo, mas produtivo." Assim, vendo o que fiz, e o que ainda está por vir, eu sinto algo muito próximo da felicidade plena.

Finalmente o sol se põe, e chega a hora de descansar. A escuridão toma conta de tudo, e as estrelas aparecem, uma a uma. E é em meio ao nada, apenas com as estrelas para iluminar, que aparecem os medos e as incertezas. Na solidão fria da noite, aonde ninguém pode me ver, eu percebo cada fio que deixei solto, cada buraco que não consegui tampar. Neste momento, as 20 horas que eu vivi, parecem ter sido completamente em vão. A felicidade do poente parece muito distante, e ainda faltam mais 9 horas para o céu se tornar claro novamente.

Passa-se da meia noite, e a madrugada se deita sobre mim, e me envolve, como um cobertor grudento. E enquanto a cidade dorme, perdida nas imagens de seu subconsciente, minha mente funciona cada vez mais depressa. Eu busco incessantemente por uma nova maneira de levar a vida, com medo de perder o motivo que tenho para acordar no outro dia.
E no meio da tempestade cerebral, surge um lapso de sanidade - e tudo parece fazer sentido novamente. E com a serenidade da brisa das 2 da manhã, e a sabedoria de quem já viveu um dia inteiro (e sobreviveu), me deito na cama, fecho os olhos, e adormeço, torcendo para me lembrar daquele motivo especial que eu uso para me levantar todos os dias.