segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Crescer dói.

É uma dor agonizante, muitas vezes insuportável. Uma mistura de sentimentos que, pela lógica normal, não poderiam estar juntos. Sentimentos que, por vezes, você nem sabia da existência. Sentimentos que não tem nome, que não tem forma.

É tudo tão complexo, multifacetado. Tudo muito sólido, mas dependendo da forma de olhar, tudo muito incoerente. Nada faz sentido, mas é extremamente real.

Quando a gente cresce, olha para trás e só vê um passado que ficou no passado. Uma época que te construiu, mas ficou ali dentro de um baú, que por vezes você até se esquece de abrir.
A gente olha pro futuro, e vê um túnel escuro. Você pode até não ver a luz, mas sabe que ela está lá em algum lugar. Você passa a aceitar que não faz ideia de absolutamente nada, e para de se incomodar com isso. Você simplesmente se lança na vida, sem saber o que vai acontecer depois. E isso passa a ser normal, cotidiano.

É difícil abrir mão das certezas que tínhamos antes de crescer. Eu, honestamente, preferia a segurança. Mas somos forçados a encarar o desconhecido, a não se agarrar aos planos. Somos forçados (para a nossa felicidade) a aceitar o que a vida decide nos dar.

"Mas Paola, você está dizendo que somos escravos das decisões do destino?"
Não. Somos escravos das nossas decisões, dos nossos valores. O ponto é: não nos cabe escolher o que virá. Mas como reagir será uma decisão nossa.

"Mas como reagir se não sabemos o que virá?"
Bem, acho que esse é o charme da vida. Surpreender-se.