segunda-feira, 24 de outubro de 2011

"Just see roses, and see roses in the rain..."

Faz um tempo que não passo por aqui. As coisas tem sido meio corridas nos últimos meses. E intensas também.


Intensas, a palavra certa.




É meio estranho quando você choca seu passado com o seu futuro - isso tudo no presente. Aquilo que passou, que deveria ser sua base, seu ponto de apoio, te mostra que o futuro não será um lugar mágico, por mais que você tente construí-lo assim. Porque tudo é parte de um plano-mestre, nada depende exclusivamente de você.


E é tão difícil liberar as aderências de cicatrizes antigas... Dói muito, leva tempo, despende de força, habilidade, paciência, e técnica - coisas que na maioria das vezes você não tem disponíveis naquele momento. Mesmo que inconscientemente você saiba que faz bem, sempre há aquela fase de proteção máxima, que seu corpo fecha as defesas, e não deixa que nada funcione.


E te faltam nutrientes, te falam neurotransmissores, te falta sono, e disposição física. Seu corpo não aguenta aquilo sozinho, e ele sabe disso, mas teima em não aceitar ajuda de ninguém, de nada que venha de fora. Ele quer, mas não aceita. Por que, ein corpo?


E você vê o edema, você sente a dor, e você sabe que um Ultrassom pulsado resolveria tudo aquilo. Sabe até os parâmetros certos. Mas não pode aplicar em si mesmo, porque seu braço não alcança a parte do corpo que dói.


E de repente, como se não quisesse nada, a vida sente remorso por fazer aquilo contigo, e resolve te ajudar.
Um sorriso, um obrigado. Um elogio, um olhar. Uma imagem, uma música. Uma pessoa, um incentivo. O antiinflamatório que veio na hora certa, para amenizar sua dor e te devolver as esperanças de que, sim, um futuro mágico é possível.


Sem faltas, sem exageros... na medida certa, na posologia ideal.
E como dizia Shakespeare, as pessoas que te dão a mão para te ajudar a se levantar, possivelmente serão aquelas que você achava que te empurrariam para baixo.


E assim, com pequenas peças coloridas do Lego da sua sobrinha, você vai construindo o caminho até seu castelo, que também será de Lego. Se não der certo, reposicione-as, sempre estará em tempo para consertar uma peça fora do lugar.
O caminho, e o castelo, podem ser como você quiser, no tamanho que você desejar. E como são de Lego, você pode refazê-los quando achar necessário. Só depende da sua vontade de construir.


E mesmo que você não se lembre de cada momento, de cada peça que colocou no lugar (ou que colocaram para você quando suas mãos estavam inchadas e doendo), você pode olhar para trás, e ver aquela imensidão de peças - algumas coloridas, outras cinzentas; algumas brilhantes e impecáveis, outras meio opacas e desgastadas.
E com essa paisagem em seus olhos, você pode pensar por dois ângulos: ou você se foca nas peças opacas, desgastadas e cinzentas (que podem até ser a maioria), ou você pode deixar as cores te chamarem atenção, até começar a embaralhar as vistas, de tanta informação visual.
Não importa que peças você escolhe ver, desde que a última peça que você coloque, seja aquela que vem com o sorriso do boneqinho.




E mesmo que apenas uma pequena parte do caminho, ou do castelo, seja colorida...


Bem, você pode se orgulhar desse pedaço colorido. Porque, se você parar para pensar, é ali que está sua verdadeira base para o restante da construção.






E com vocês, uma música que ilustraria bem tudo isso:









"As we saw oh this light I swear you, emerge blinking into
To tell me it's alright
As we soar walls, every siren is a symphony
And every tear's a waterfall."