segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Definitivamente... Talvez.

Foi um ano tortuoso e árduo, difícil de terminar. Por 3 meses, eu fiquei presa em algum lugar dentro da minha mente, perdida como no Labirinto de Dédalo, sem o novelo de Ariadne para me guiar.
(Aqui eu presto meus agradecimentos ao meu querido amigo distante, que foi o mortal que me guiou através das esquinas e encruzilhadas do labirinto.)

Eu estava sentindo falta de muitas coisas, de mim mesma, talvez. Bem na verdade, nunca me abri para pensar sobre o que foram aqueles fatídicos três meses. Quem sabe mais tarde, daqui uma semana. Mas o que sei, é que eu estive completamente fora de mim, não sabia quem eu era.

Se alguém me perguntasse sobre minha personalidade, do que eu gostava, quem e quantos eram meus verdadeiros amigos, se eu tinha planos para o futuro, se eu estava gostando de alguém, eu não saberia responder. Era algo excruciante, perder sua identidade, se perder de si mesmo. Você apenas vive, sem um propósito, sem um querer. Como um zumbi, ou uma alma condenada a vagar pelo mundo até que algo a liberte.

E do nada, passou. Como se eu tivesse acordado de um sonho ruim.
Mas aquele sonho me mudou muito, mais do que eu gostaria de admitir. Eram muitas coisas ao mesmo tempo, eu não sabia para onde olhar. Eu não queria voltar para o pesadelo, mas não sabia se ele podia ser pior que a realidade.

Então, eu percebi que não era feliz... era como se eu estivesse me afogando. Inevitável. Irremediável. Eu sacudia meus braços para cima, mas não encontrava uma mão para segurar. Por alguns momentos, (nos quais eu achava que seria o fim daquilo tudo) alguma coisa me empurrava para cima, e me sustentava na superfície, para que eu pudesse respirar. Mas logo que esse empuxo se esvaía, eu voltava para as águas turvas e frias.

Eu não estava sendo eu mesma. 17 anos convivendo comigo, e eu não sabia quem eu era... Como eu podia ser eu, se eu ao menos me conhecia? Acho que eu estava seguindo às cegas, por um caminho que, eu não sabia como, mas me parecia o mais sensato.

Eu tentei me lembrar do que eu sentia, quando era cada tipo de pessoa. Já fui muitas coisas durante esses míseros 17 anos, mais do que você, que lê esse post longo, possa imaginar. E vi que em nenhuma das Paolas que fui, eu estava satisfeita. Tanto, que mudava de Paola com frequência. E eu achava que eu era essa inconstância, sendo que eu ainda não tinha me encontrado.

E por fim, acho que me encontrei. Mas me encontrei em uma das personificações que eu mais temia... Aquela que vai contra a maioria das coisas que eu prezava, contra meus sonhos mais profundos. Aquela que contraria as teorias insanas de Freud, que vai na contramão do empírico. Me tornei algo diferente de tudo que já vi, diferente do que foi mostrado para os meus próximos. Algo que eu não queria ser, a princípio.
Mas eu me sinto bem assim, como nunca me senti.

Eu tinha todos os sinais diante dos meus olhos, mas era como um quebra-cabeça com peças faltando. Algo me impedia te me moldar, eu não sabia o que era. E ainda não sei.


Mas o que importa, é que eu encontrei todas as peças, e agora, terminarei de montar o quebra-cabeça. Assim que terminar, colocarei em uma moldura, e tentarei decifrar a imagem. Vai ser, no mínimo, divertido.

Nenhum comentário:

Postar um comentário