terça-feira, 19 de agosto de 2014

‘Cause you and I, we were born to die.

E, mais uma vez, a vida mostra que pode ser cruel quando quer.
Dentre as coisas mais desagradáveis que existem, está o arrependimento. Por ter feito algo errado, ou por não ter feito nada. Mas, ao menos para mim, nada é mais frustrante que não ter a chance de tentar.

É como ver uma imagem vívida dissipando-se na neblina, e indo embora com o vento. Uma promessa não cumprida. Desejar, conseguir, e ter aquilo roubado de si antes mesmo que chegue às suas mãos. Um "aborto espontâneo".

Isso tem me acontecido com certa frequência, infelizmente.
Dois grandes sonhos, nutridos desde a infância, alimentados com carinho e esperança. Esperança em dias mais coloridos, mais brilhantes. Meus dias, por um longo tempo, se basearam em esforço e preces, buscando, tentando, falhando, esperando, torcendo. E, assim de repente, a oportunidade surge, e é a minha hora de fazer por onde...


E fim. A chance é tomada de mim antes que eu possa fazer algo - exatamente no momento que eu a percebo. Ou até antes. E eu me sinto perdida, sem chão.
A vida ata meus braços, mas se esquece que minha mente ainda corre, ainda anseia. E com uma forma artística de torturar, presencia meu silêncio consternado enquanto assisto tudo passando, sem poder fazer nada. E se ri de mim, do meu desespero.


Você era um dos meus sonhos. Não o mais desejado, é verdade... Mas não menos importante.
Eu já sabia que você era uma porta fechada, mas estaria disposta a escalar até a janela.
Então, com a mesma intensidade que você apareceu, você se foi.
E eu fiquei aqui, encarando o ônibus vazio que eu perdi, perplexa; obrigada a esperar pelo próximo, e assim, poder ir para casa.

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