Há momentos na
vida em que tudo parece estar indo errado. São tantas preocupações, que até
mesmo dormir (meu hobby preferido) se torna difícil.
Se eu disser
que eu nunca quis abandonar o barco, largar tudo, eu estarei mentindo. Quem
nunca quis? Quem nunca se olhou no espelho, e viu o desespero nos olhos de
alguém que parece ser desconhecido?
Minha mãe
costuma dizer que cada problema é um Leão, e que devemos matar um Leão por dia.
“Não acumule
Leões, minha filha. Eles podem se juntar e derrubar você. Mas não tente matar
mais de um por dia, pois ou o primeiro te vence pela preocupação, ou o segundo
te vence pelo cansaço.”
Eu sempre
achei que alguém me ensinaria a lutar com os Leões. Meus pais, meus amigos, a
escola, os livros... Qualquer lição seria bem-vinda. Esperei, enquanto eu
envenenava meus Leões com o meu jeito conturbado de lidar com as coisas. Eu
sempre tinha um veneno em
mãos. Eu ia matando como dava.
Mas veneno é a
arma das mulheres, dos eunucos e dos covardes.
Hoje,
vivemos em uma sociedade aonde somos “culpados até que se prove o contrário”.
Eu preciso provar para o mundo que eu não sou covarde, que não sou incapaz. Eu
preciso aprender a lutar.
Posso morrer tentando matar meus
Leões, mas ao menos, lutei com dignidade.
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